A pé, de bicicleta, de skate ou de patins, não importa. Sábado, dia 22 de setembro, é dia de deixar o automóvel em casa e reencontrar a alegria de andar pela cidade. É o Dia Mundial sem Carro, um movimento que nos convida a refletir e mudar alguns hábitos que comprometem a qualidade de vida nas metrópoles e o equilíbrio do planeta.
A mobilização faz sentido, afinal o aumento de carros em circulação nos centros urbanos gera impacto no meio ambiente, na segurança e na saúde da população. Os inúmeros automóveis das cidades produzem poluição sonora e do ar, doenças respiratórias, sedentarismo, congestionamentos, irritabilidade, perda de tempo e acidentes, além de ser uma opção cara e nada sustentável. Em São Paulo, por exemplo, os veículos motorizados são responsáveis por 70% da emissão de poluentes na cidade.
Implantado pela primeira vez na França, em 1998, o Dia Mundial sem Carro foi lançado para sensibilizar as populações sobre a importância de adotar atitudes simples que ajudam a reduzir a emissão de gases nocivos na atmosfera, responsáveis pelo aquecimento global.
A idéia logo foi encampada pelas grandes metrópoles da Europa e chegou ao Brasil em 2001. Atualmente, 1.500 cidades do mundo participam oficialmente e, até o momento, 50 cidades brasileiras estão organizando atividades para o dia 22. Nesse dia também se comemora o Dia Mundial do Pedestre e espera-se que ele inspire todos os outros dias do ano.
Sem carro em São Paulo
A cidade de São Paulo incorporou a data em 2005, sob a coordenação da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Neste ano, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes, que realizará a “Virada Esportiva” alinhada ao evento, e de 250 entidades que integram o Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade.
A programação geral incluirá desde passeios ciclísticos e caminhadas até gincanas entre escolas públicas, com o tema “educação no trânsito”. A Secretaria do Verde também programou a distribuição de flores e plantas.
“Nesse dia, espero que a cidade possa reavaliar a dependência que o paulistano tem do automóvel, afinal ela reflete diretamente na qualidade de vida das pessoas”, afirma Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo.
A partir do evento, o secretário conta com a pressão de cada cidadão para exigir das autoridades públicas um transporte público de qualidade. “Com ampliação de corredores exclusivos, combustíveis mais limpos, regulagem obrigatória dos veículos, recuperação e expansão das linhas de troleibus, incentivo ao uso de bicicletas e instalação de bicicletários dentro de terminais de ônibus e metrô”, enumera.
São Paulo, outra cidade
À frente do Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade, Oded Grajew, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, destaca a importância de aderir ao Dia Mundial sem Carro. “É uma oportunidade para refletir e tentar experimentar a cidade de outra maneira”, afirma.
Segundo Grajew, a sociedade precisa avançar no transporte público e optar por soluções sustentáveis, além de planejar a mobilidade das pessoas. “É importante que as calçadas possibilitem o acesso de idosos, crianças e portadores de deficiências, e que os motoristas respeitem os semáforos de pedestres. As ciclovias também devem ser construídas como alternativa concreta para aqueles que desejam utilizar a bicicleta como meio de transporte”, diz.
Ele lembra que a cidade de São Paulo conta com apenas 27 km de ciclovia, enquanto Bogotá, capital da Colômbia, tem 350 km. “Oferecer opções de transportes não-poluentes ou coletivos resultará em melhoria da qualidade do ar e de vida da nossa população. Daí a importância de aderir ao movimento, pois teremos um dia inteiro voltado à educação”, conclui.
A Natura apóia o Movimento Nossa São Paulo e o Dia Mundial sem Carro, pois acredita que são iniciativas importantes para conscientizar e estimular a participação das pessoas na solução das questões de cidadania e de respeito ao meio ambiente. Por isso, está estimulando a participação e divulgando o evento entre todos os seus públicos, especialmente para os mais de 600.000 Consultores, que atuam em todas as regiões do País.
Para mais informações, acesse:
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/eventos/0010
http://www.nossasaopaulo.org.br/verconteudo.asp?idSecao=17
A jornada de norte a sul
Outras capitais brasileiras estão engajadas no Dia Mundial sem Carro. Na cidade de Manaus (AM), localizada junto à floresta amazônica, que já sofre com a poluição provocada pelo excesso de veículos nas ruas, os arredores do evento só poderão receber transportes coletivos, bicicletas e outros transportes alternativos.
Em Belo Horizonte (MG), o RUAVIVA – Instituto da Mobilidade Sustentável e a ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos estão organizando a VII Jornada Brasileira “Na Cidade Sem Meu Carro”. Na programação, estão previstos o fechamento de ruas para uso exclusivo de pedestres e um grande passeio ciclístico.
O Rio de Janeiro (RJ) aderiu ao projeto e prepara, para o dia 22, um evento, cujo mote será “Redescobrir a Cidade”, com o apoio da Secretaria Municipal dos Transportes. A capital carioca conta com a maior malha cicloviária do País: 140 km. Brasília (DF) também planeja organizar diversas atividades, assim como Porto Alegre (RS) e outras cidades brasileiras.
*** retirado do site Natura